Primeiramente gostaria de agradecer pela vida e aqui vou contar um pouco do que passei esses meses.
Tenho 17 anos, meu namorado fez 20. Quando descobrimos a gravidez, fiquei sem chão, e decidimos fazer um aborto. Procuramos uma clínica dessas pela internet, encontramos, fizemos contato e eles cobraram 6 mil para o procedimento. Estávamos assustados, sem rumo, e concordamos. Meu namorado chegou a vender a moto.
Nós estávamos com muito medo. Foi então que ligamos para outro número da lista e conversei com uma mulher. Ela disse para não fazermos isso, nos orientou e foi aí que desistimos do aborto. Ela disse que eu iria matar um ser que nem pediu para vir ao mundo e que eu iria matar uma vida.
Desde então resolvemos lutar sem olhar para trás, contei para meus pais e era o que eu esperava. Meus pais me colocaram para fora de casa. Sem rumo, sem destino, fomos para a casa dos pais do meu namorado e lá também não recebemos apoio. Isso tudo acontecendo, meu único apoio era o da Casa Mãe, que sempre me dizia que isso tudo iria passar.
Passados alguns meses minha mãe me aceitou de volta, mas a condição dela era que eu terminasse com meu namorado, meu grande amor. Sem lugar para ficar, voltei. Foram meses horríveis, ela me proibia de ir até no quintal, não podia ir ao médico. Sentia vergonha de mim por estar grávida. Às escondidas, eu ligava para a Casa Mãe para conversar. Triste, sem rumo, ela me orientava e me dava forças para viver.
Passei por maus momentos, mas hoje venho por meio de minhas palavras dizer que com a ajuda de vocês, estou de 8 meses e fiz meu primeiro ultrassom. Descobri que estou esperando uma menina, que será chamada Gabriela, e que foi gerada com muito amor. Dei essa notícia com prazer a quem me atendeu na Casa Mãe, pois ela foi a minha mãe de todas as horas, quem sempre me ouvia, desesperada, ao telefone, com saudades da minha vida, do meu amor que arrancaram dos meus braços como se fosse roupa velha. Hoje, graças a Deus e à Casa Mãe tudo deu certo, como ela sempre me falava.
Me arrependo profundamente de ter pensado em abortar a Gabriela, que será fruto de um grande amor.
Gostaria de poder fazer mais e mais por essas gigantes mulheres que salvam vidas. Se não fosse por elas, hoje, talvez, eu não poderia escrever o que passei pois também corria risco ao fazer o aborto.